domingo, 19 de novembro de 2023

WATCHMEN - você olha pro abismo, e o abismo olha pra você.

Ganhadora do prêmio Kirby, ganhadora do prêmio Eisner, ganhadora do prêmio Hugo de literatura e a única história em quadrinhos a estar em na lista dos 100 melhores romances da revista Time. Essa obra é Watchman.

Também é responsvel reapresentar os quadrinhos aos leitores adultos na segunda metade dos anos anos 80. Com todo o sucesso de crítica e público abriu caminho para diversa outras como Hellblazer e Sandman. E acredite, toda essa rasgação de seda não é a toa, experimente digitar "Watchmen comic review" no google.

No entanto, a primeira vez que li Watchman, aos 14 anos, demorei um mês para ler a mini-série e não consegui entender por que era tão bem falada.

Ontem re-li as 432 páginas e vi muitas faces da obra que simplesmente me tinham escapado. É uma história densa e cheia de referências e significados, alguns pequenos detalhes nos desenhos só podem ser percebidos numa segunda leitura. Para se ter uma idéia de como essa Hq é complexa vou citar alguns dos temas e referências que ela contém: Super-Heróis(dã!), O livro de Jó, Mad Max, corrida armamentista, efeito borboleta, O livro de Gênesis, Nietzsche, fantasias sexuais, crises da idade, extremismo e outras que devem ter me escapado.
Mas dos temas todos um que chama a atenção é o efeito borboleta, pequenos acontecimentos levam a grandes consequência como o botton de sorriso encontrado pelo Rorschach ou o rompimento de uma pulseira de relógio que leva a criação do Doutor Manhattan(que aliás é um personagem que fere a visão, mas acho que era essa intenção). A própria diposição e cor dos quadrinhos ajudam a aumentar a carga dramática e sensação de que existe um fio invisível conduzindo tudo, como no diálogo do comediante com Moloch na segunda edição, ou o monólogo do doutor Malcom na sexta.
E como se não bastasse ser uma obra-prima Watchman tambem é um marco histórico que levou a um amadurecimento das histórias em quadrinhos, ainda hoje certos persogens ainda debocham das fantasias.
Mas alto lá! Watchman não é uma Hq divertida (tá se você acha divertido ficar pensando no que Rorschach diz na sexta edição é bom procurar ajuda) a leitura é cansativa e impregnada com o pessimismo da década de 80.
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Levar isso tudo aí em cima pras telas? Coragem? Estou mais crente que os produtores tiveram a idéia do Sydão (milhares de fãs = $). Mas dia desses li algo interessante sobre o diretor Zack Snyder, o próprio afirma ter sempre sido fã da série e quando ofereceram o projeto (provavelmente pelo seu sucesso de bilheteria em 300, que eu prefiro nem comentar agora) ele pensou em negar, mas ao considerar que o próximo diretor não teria o mesmo "apreço pela obra", aceitou.

O filme, junto com o diretor, vem com esse estilo meio slow-motion + fotografia com cara de photoshop, porém que nesse caso funciona. Cria um clima meio sério meio irônico para o público maior, e capricha nos pequenos detalhes para os fãs. Com outros acertos de mão como a trilha sonora, a direção de arte, a montagem e principalmente a abertura dos créditos (cena que sozinha valeu meus 6 reais no cinema). Mas, pra mim, a maior realização de Snyder (ele não é bróder) é ter tido coragem de mudar elementos fortes para se enquadrar as telas, como a concepção de tempo do Dr. Manhattan, e a nova roupagem do final (sim, pasmem, o final é diferente!)
Po isso, fora alguns pontos bem fracos como o roteiro confuso e umas atuações de cursinho de teatro, o filme é bem bom.

Agora vem uma questão importante: A HQ é genial, o filme é bom, e a adaptação é o que? Convenhamos que o filme não está nem perto de ser genial, mas agrada gregos e troianos, e enxeu os bolsos dos produtores que continuam suas vidas capitalistas. (falando em capitalistas) --------------------------------->

Minha análise final é de que sim, é uma boa adaptação. Não a melhor que mudou o mundo como a HQ, mas que fez sua parte em não fazer feio e principalmente de ter respeito pela obra original. Tem um clima de "estou mostrando o Watchmen é, mas saiba que não é só isso". E um ponto importe da HQ é criar uma reflexão a respeito dos heróis, de como o infinito pode ser pesado, e levar isso pro cinema é muito difícil, por que infelizmente as pessoas refletem pouco sobre os filmes, mas nesse caso eu acho que cumpriu seu papel de por uma pulga atrás da orelha de quem viu todos os mil filmes do Super-Homem, Homem-Aranha, Hulk etc.










Melhor que isso só Peanuts.

domingo, 30 de agosto de 2009

Superman - O mundo não é o bastante.

Hoje em dia é tão comum filmes sobre HQ's que as pessoas acabam esquecendo como isso surgiu. Afinal, a gente não imagina que a primeira super produção do "gênero"foi um super tiro no escuro. E é claro, um passo tão grande só pode ser dado pelo famoso homem de aço.


Não tenho certeza se antes do Christopher houve algum outro filme adaptados de HQ, mas mesmo que tenha tido, não importa por que não foi expressivo, e só o que conta na história existe, não? Por isso gostaria de deixar bem claro dois filmes muito importantes pra história da união das HQ's com o cinema, o primeiro Superman e o quarto Superman.

Quando Richard Donner surgiu com essa idéia de fazer um filme sobre o herói Hollywood inteira o considerou maluco, mas a guerra fria ter facilitou bastante com essa idéia de um herói americano que salva o mundo, provavelmente sem ela nenhum produtor toparia essa "loucura".
Depois de aprovado, Superman de 1978 uniu uma equipe mostruosa Mario Puzo (lembra desse nome?), David Newman e Leslie Newman no roteiro, no elenco as estrelas Marlon Brando, Gene Heckman e por aí vai. No entanto, quem seria o grande herói? Aí que surge um conceito mantido em todos os filmes do Superman desde então, o do desconhecido. Nenhuma imagem pública poderia superar a fama e o conceito do homem de ferro. Foi aí que entrou o perfeito para o papel: Christopher Reeve, bonito, desconhecido, simpático e principalmente, disposto a carregar o fardo de ser o homem de aço! depois as pessoas perguntam por que eu tenho medo de cavalos, um bicho que derruba esse cara aí não me segura de jeito nenhum...

E tcham-tcham-tcham-tcham! O filme é um sucesso de público e crítica, ganha dinheiro e todo mundo fica feliz.

Aí que vem a infelicidade do quarto filme, depois do estouro do primeiro todo mundo quis continuações, é evidente, mas após continuações tranquilas (na verdade eu acho o segundo até melhor que o primeiro) chega a bomba do quarto filme. Uma negação! Acho o mundo todo ficou bravo com esse filme horrível.

E depois do prejuíso gigante, ninguém mais quis adaptar HQ's, pois pense se o maior super-herói de todos os tempos não consegue ganhar as telas, que outro conseguiria? Bom, fica para um post futuro mas aqui vai uma dica bem óbvia: é um super-herói que não tem super poderes.

domingo, 16 de agosto de 2009

Para começar...

Pra começar, acho bacana explicar qual é o objetivo desse blog, é de fato bem simples, só tentar de descobrir o elo entre os quadrinhos e o cinema, discutir suas adaptações, analisar por que todos os quadrinhos estão tendo seus direitos comprados por grandes produtoras, pensar na questão artística de ambas as mídias... ok, não é simples; por isso convidei meu fiel escudeiro (que ficará completamente irado com essa descrição) inveterado fã de quadrinhos e que tem a capacidade de ver além de quadradinhos, desenhos e palavras em balões, para me ajudar com a missão de escolher filme por filme, HQ por HQ e ir analisando com cuidado.

Porém, antes das análises sobre os filmes em si, vou postar uma opinião polêmica sobre o assunto das adaptações:

"G1 - Hoje nós também vemos muitas adaptações de HQs que fazem muito sucesso. Porque esse tipo de filme dá certo? Field - Eles querem dinheiro, só apostam quando têm certeza de quem vão ganhar. Portanto, eles buscam assuntos que todo mundo já conheça e saiba o que esperar. Assim, os cinemas ficam cheios nas duas primeiras semanas, eles têm lucro e depois não importa mais o que aconteça. Os produtores e as distribuidoras só querem que o dinheiro volte para o bolso deles. É simples assim."
Fonte G1.


Essa é a opinião do mero Syd Field, o roterista mais importante de Hollywood, criador do principal modelo de roteiro usado no mundo. Sim, Syd, eu li seu livro, sei que você é phodão. E eu também não estou discordando que Hollywood está passando por uma crise criativa (essa já é outra discursão). Mas aqui vamos pegar leve e parar de achar que toda adaptação é péssima, que o original é sempre melhor, e que o demônio do capitalismo matou a arte. Então agora, com a mente aberta vamos ver o trailer de Watchmen que será nosso futuro post: